segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Não julgar

E o Senhor continua agindo poderosamente em nossas vidas, nos transformando, nos moldando. Ontem mesmo tive duas lições que me fizeram refletir muito. Ambas dizem respeito ao julgar. Eu julgara que uma pessoa não receberia de bom grado a minha amizade, o meu abraço. E essa pessoa se revelou sedenta de novas amizades, me acolheu de braços abertos. O que é o poder das aparências... Eu julgara, pela aparência dela, de ser uma pessoa distante, que era esnobe. E na verdade a pessoa estava cheia de problemas, estava machucada e se recuperando. Decerto não estava nem aí para mim. E quando eu estendi a minha mão ela agarrou sofregamente.
Realmente, sábio é o Senhor. Temos de nos render a Ele e a sua infinita bondade e misericórdia. Aprender a obedecer aos Seus mandamentos, que são perfeitos. “Tu ordenaste os teus mandamentos para que os cumpramos à risca” (Salmo 119, 4). “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei” (Salmo 119, 18). “Terei prazer nos teus mandamentos, os quais eu amo” (Salmo 119, 47).
Isso vale também para quando a experiência se dá ao contrário. No mesmo dia em que isso ocorreu me deparei com uma situação inversa. Uma pessoa, que esperava que me acolhesse de braços abertos, foi reticente comigo. E nessas horas precisamos também ter muito discernimento para, da mesma forma, não julgar. E não esperar mais do que somos merecedores, imperfeitos vasos de barro que estão a ser moldados nas mãos do Oleiro. “Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Romanos 12, 3).
“Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas” (Romanos 2, 1).
Fico maravilhada em ver como o Senhor nos traz situações para nos colocar à prova, para nos forjar. “O crisol prova a prata, e o forno, o ouro; mas aos corações prova o Senhor” (Provérbios 17, 3).
Pai, “de todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus mandamentos” (Salmo 119, 10).

domingo, 2 de novembro de 2008

O que está no coração

Estou estudando o Evangelho de Lucas e já no primeiro capítulo me deparei com uma questão intrigante: quando o anjo Gabriel aparece primeiro a Zacarias e depois a Maria, ambos o questionam quanto aos desígnios que o Pai lhes dedicou. Todavia, apenas Zacarias foi, de certa forma, penalizado por questionar o anjo.
E fiquei eu me questionando o motivo.
Ocorreu-me, então, que foi pelo que ia no coração de Zacarias e pelo que ia no coração de Maria. Zacarias duvidou do cumprimento da promessa do Senhor. Conformou em suas limitações humanas o poder de Deus. Porém Maria estava com o coração disposto, o coração crente. Queria saber como ocorreria a concepção de Jesus, que lhe parecia impossível, dadas as circunstâncias. Mas não duvidou.
Essa é uma demonstração clara e prática do que afirma o Senhor: “O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1Sm 16,7).
Mal comparando, é o mesmo que ocorreu com Caim e Abel. O Pai aceitou a oferta de Abel em detrimento da de Caim porque conhecia o que estava no coração de cada um deles ao ofertar.
Por isso é que Davi salmodiou ao Senhor: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 139, 23 e 24). Nada está encoberto aos olhos do Senhor.
Levemos a sério, portanto, o que diz o livro de Provérbios: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4, 23).

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O fruto no devido tempo

Já li o Salmo 1 incontáveis vezes, mas um dia desses o Espírito Santo me chamou a atenção especificamente para um trecho sobre o qual não havia me detido: o versículo 3. O homem bem aventurado “é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido”.
Como o Senhor sabe exatamente do que precisamos, esse foi um recado muito precioso para o momento que estava vivendo: o de querer frutificar na Obra.
Eu nasci de sete meses. Para quem já nasceu com pressa o resto da vida seguiu no mesmo ritmo. Logo, a paciência não era um dom com o qual eu tivesse muita afinidade.
Portanto, quando iniciei minha caminhada com Jesus a impaciência, minha habitual companheira, estava ali. Queria que o Senhor revelasse logo dons e papel na Obra. Mas em seguida entendi como o Mestre trabalha: se Lhe peço mais paciência para lidar com uma pessoa ou situação Ele não estala simplesmente Seus dedos e me transforma. Não; isso para o Deus do Impossível seria muito fácil. Mover o Impossível, nesse caso, é me transformar justamente me apresentando situações ainda mais desafiadoras, para que por amor a Ele, com os olhos no alvo e contando com o Espírito Santo que em mim habita eu vença a mim mesma e chegue mais perto do caráter de Cristo, cultivando o fruto do Espírito.
Dessa forma, ser lavado e remido no sangue do Cordeiro significa, sim, deixar para trás o velho homem e surgir como nova criatura; mas a carne grita e temos de garantir a cada dia a primazia do espírito. Por isso disse o Senhor “o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26, 41; Marcos 14, 38).
Então nesse dia o Senhor me deu essa preciosa lição de que no devido tempo o homem bem aventurado dá o seu fruto, que tudo o que ele faz será bem sucedido, e a partir de então descansei Nele e estou aproveitando cada minuto dessa jornada maravilhosa pela qual Ele me conduz. Porque sei que posso confiar em quem está no leme. “... porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (2 Timóteo 1, 12). “... o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação” (Isaías 12, 2).
“Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?” (Números 23, 19).

domingo, 14 de setembro de 2008

Expansão do Reino

Na esteira do tópico anterior, a expansão do Reino vem alcançando todas as classes sociais. Como é sabido por aqueles que têm intimidade com a Palavra, o Senhor não faz acepção de pessoas, curou tanto o coxo da Porta Formosa e o cego de Jericó, ambos a esmolar, quanto ressuscitou a filha de Jairo (um dos principais da sinagoga) e salvou a Zaqueu, homem rico, e ao centurião Cornélio. E vemos isso se repetindo nos dias de hoje.

E a velocidade dessa expansão também está aumentando. A Amity Printing produziu só em 2007 7.442.506 Bíblias e Novos Testamentos, conforme gráfico em http://www.amityprinting.com/cms/EArticle/xwzx/gsyw/200807/131.html .

Deixo para reflexão uma matéria de Joe Maxwell que recebi por e-mail de João Percigo, que pode ser conferida no site Cristianismo Hoje, http://www.cristianismohoje.com.br/artigo.php?artigoid=33590 .




05/07/2008 - 12:14 por Joe Maxwell
Benditos negócios
Empresas buscam "tesouros no céu", mas também lucros na terra.

Ken Crowell, empresário de setenta e cinco anos de idade, caminha em meio às linhas de montagem de sua indústria, a Galtronics, situada na Galiléia, norte de Israel. Especializada na fabricação de componentes eletrônicos, a fábrica produz antenas para equipamentos sem fio e é fornecedora de gigantes como a Motorola e a Samsung, tendo já batido a marca de um bilhão de unidades vendidas. Satisfeito, Crowell passeia pelas instalações da empresa conversando com os sorridentes trabalhadores, todos vestidos de azul escuro. Um visitante desavisado que os visse assim, uniformizados, poderia ter a impressão de que se trata de um grupo homogêneo, composto por trabalhadores com origem e estilo de vida semelhantes. Engano. Ali, mais de 300 operários árabes, judeus e cristãos trabalham juntos e em paz, alheios às desavenças que fazem seus conterrâneos se digladiarem lá fora. Alguns desses empregados já estão na indústria há mais de vinte anos. Eles desfrutam de ótimos salários e benefícios trabalhistas – inclusive, bufê a custo subsidiado no almoço, do tipo “coma tudo o que puder”. Um letreiro na entrada do prédio da Galtronics com os dizeres “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará”, o texto do Salmo 37.5, revela a fé de seu proprietário. Crente em Jesus, Ken Crowell é um dos pioneiros em um tipo de visão empresarial que tem ganhado corpo ultimamente: é o chamado modelo BAM, sigla em inglês para Business as Mission (Negócios como missão). Combinar negócios com obra de Deus é uma idéia geralmente vista com desconfiança, mas atualmente, empreendimentos de orientação evangélica como a Galtronics estão se expandindo rapidamente por todo o mundo, como parte de um movimento em ascensão que visa gerar riquezas tanto temporais quanto espirituais. O dono descreve sua visão quando implantou a empresa, em 1978: “O chamado era primeiramente para ir a uma área onde houvesse pouco ou nenhum testemunho cristão, para dar emprego a crentes e a não-crentes em um ambiente seguro de trabalho – e, dessa maneira fornecer o apoio necessário para a edificação de uma igreja local”.A coisa deu tão certo que a Galtronics já viu nascer de suas fileiras uma igreja que hoje tem 400 membros. Ao mesmo tempo, os negócios vão muito bem, obrigado. O grupo já inaugurou unidades na China e na Coréia do Sul, além de cinco outras fábricas de menor porte em outros pontos da Galiléia. “Elas são gerenciadas por crentes que conhecem a visão da empresa”, afirma Crowell. O fenômeno tem vários nomes: “Negócios do Reino”, “empresas do Reino”, “missões a favor do lucro” ou “empresas da grande comissão”, para citar apenas alguns. Os observadores concordam que o movimento já é imenso e está crescendo em ritmo acelerado. “Esta é a grande tendência do momento e todos estão querendo participar”, afirma Steve Rundle, professor associado de economia da Biola University e autor do livro Great Commission Companies (“Empresas da grande comissão”), lançado em 2003. Ele já tem outra obra do gênero no prelo, a ser lançada com o título An Overview of Business as Mission, algo como “Uma visão geral dos negócios como forma de se fazer missões”, escrito em co-autoria com Neal Johnson, especialista em BAM.
Lucros e bênçãos – Os empresários do movimento utilizam os empreendimentos comerciais não apenas como forma de obter retorno financeiro, mas a fim de gerar empregos, prestar serviços à sociedade e servir de veículo para a disseminação do Evangelho. O negócio em si é um meio de divulgar a fé em Cristo e plantar igrejas. E cada vez mais, empresas do gênero adquirem um tom de globalidade, gerando empregos em países em desenvolvimento – o que as faz diferir diametralmente da visão missionária tradicional, quando o máximo que se fazia era o assistencialismo. Além disso, fazem discípulos que levam a Palavra a uma comunidade maior e mais difícil de ser alcançada: o mundo corporativo.No ano passado, o jovem Bill Yeager, 28 anos, de Montrose, cidade do estado norte-americano do Colorado, investiu o equivalente a R$ 80 mil de suas economias, obtidas com o sucesso de sua empresa de software, em uma idéia radical. Filho de ex-missionários no Quênia, Yeager começou identificando e treinando mais de 1.200 fazendeiros naquele país africano para que cultivassem cebola orgânica. Nascia o Yeager Kenya Group, cujo objetivo é a exportação para o crescente mercado de comida natural na Europa e nos Estados Unidos. “Compreendi que podia abrir um negócio com o objetivo de melhorar a vida daquele povo”, declara o engajado Yeager. Com outros R$ 140 mil de investidores externos, ele está completando o caro treinamento do seu primeiro grupo de produtores agrícolas, todos membros de igrejas evangélicas quenianas. Ao fim do processo, a renda de cada um poderá saltar de irrisórios R$ 1 mil por ano para R$ 20 mil no mesmo período. “É arriscado, mas acredito de todo o coração que esse negócio irá decolar”, sonha o empreendedor. É difícil estimar o número atual de empresários ligados a esse modelo para lá de original de gestão de negócios. “Não somos os grandes idealizadores”, reconhece Johnny Combs, dirigente da Paradigm Engineering, empresa sediada no Texas, EUA. “Somos fazedores”, explica ele, que se tornou uma espécie de consultor do ramo. Nos últimos anos, mais de 2 mil livros e 800 organizações sem fins lucrativos vêm estimulando a combinação de trabalho e fé no ambiente profissional. Eles dedicam todos os seus esforços a uma tendência ainda mais abrangente, o empreendedorismo social, que advoga o uso do capitalismo no lugar do assistencialismo a fim de resolver dramas como o da pobreza.
Profissional do Reino – Os “bamers”, como são chamados, identificam um nicho, elaboram um plano de negócios com seriedade e então partem para a ação. Em geral eles acumulam capital ao invés de angariar fundos, pois sabem que só ideais não são suficientes para alcançar os objetivos do movimento. É preciso gerar dinheiro. Tudo começou no início da década de 1980, quando um grupo de executivos americanos formou a Intent, organização que teve papel inicial importante na eclosão do movimento das empresas espiritualmente responsáveis. Seus membros incluíam Clem Schultz, que em 1989 adquiriu o controle da AMI, uma fábrica do setor de tecnologia instalada na Ásia. Desde a juventude, Schultz, agora na casa dos 50 anos, sentia-se chamado para missões no Oriente. Só não imaginava de que maneira que cumpriria o “Ide” de Jesus. Atualmente, as vendas da AMI variam de 30 a 50 milhões de dólares anuais e sua atuação diversificou-se. O grupo, que inclui uma editora de livros baseados em princípios e valores do cristianismo, opera 10 unidades na Ásia, empregando em torno de mil pessoas. Os elevados investimentos da holding e sua ficha de bons serviços prestados lhe renderam o favor de governos locais e nacionais asiáticos. “Recebemos enormes incentivos ao nos estabelecermos em novas áreas”, declara Schultz. Ao contrário do que se poderia imaginar, a fé não é fator determinante para a contratação – tanto que os cristãos estrangeiros na força de trabalho da AMI totalizam apenas 5% do efetivo, representando oito diferentes nacionalidades. Mas o testemunho que dão é marcante, mesmo em um continente de pouca tradição cristã. “Quando as pessoas vêem gente oriunda da África do Sul, dos Estados Unidos ou da Inglaterra compartilhando o mesmo local e a mesma crença em Jesus, nossa fé se apresenta muito mais robusta”, declara o executivo. A Intent está otimista em relação às possibilidades de negócios como forma de se fazer a obra de Deus. “O dia do profissional do Reino nas missões mundiais é chegado”, anuncia a literatura distribuída pela organização. “As pessoas que ainda não ouviram o Evangelho de Jesus Cristo serão alcançadas, de forma mais relevante, por profissionais do Reino que utilizarem suas habilidades, recebidas de Deus e talhadas pelo mercado, como seu passaporte legítimo para as nações”. Esta visão contemporânea da obra missionária encontra entusiastas também aqui no Brasil.
“Retornos eternos” – “Serviços bem feitos podem mudar vidas, melhorar a sociedade e glorificar a Deus”, diz Thomas Sudyk, diretor do EC Group International, que atua no ramo de terceirização de mão de obra. A força de trabalho, no caso, é daquelas que nem sempre encontra vagas no mercado. A empresa recruta funcionários entre deficientes físicos na Índia, oferecendo-lhes treinamento na área de tecnologia da informação. “Esperamos que nossos esforços sejam vistos como bênção de Deus, através do fornecimento de empregos, de um lugar decente para se trabalhar e de um salário justo”, enfatiza Sudyk. Ele começou identificando um nicho praticamente inexplorado: transcrições de registros médicos. Contratou um gerente cristão em Chennai, na Índia, e montou o negócio fazendo um investimento de capital da ordem de R$ 300 mil. Hoje, com mais de 60 funcionários, o EC Group presta serviços para um só cliente, uma empresa médica americana que terceirizaria o trabalho da equipe indiana de Sudyk. “O nosso negócio não é para aqueles que só estão em busca de lucro”, ressalta Ken Crowell, o proprietário da Galtronics, de Israel. “Mas se o que o empresário procura é gerar retornos eternos, em uma empresa onde pode abrir uma Bíblia no escritório ou se sentir confortável evangelizando os colegas de trabalho – conquistando frutos que as missões tradicionais talvez nunca alcancem –, este é o caminho”, ensina. (Tradução: Pedro Bianco; adaptação e redação: Carlos Fernandes)
Fé e trabalho Em 1999, Randy Russ era o presidente e o CEO da Community Coffee, uma das maiores empresas cafeeiras dos Estados Unidos. Motivado por sua fé cristã e pela descoberta de um tipo de café de excelente qualidade em uma região da Colômbia arruinada pela guerrilha, Russ e sua empresa iniciaram um relacionamento com 500 famílias de fazendeiros naquele país sul-americano. Eles formaram uma cooperativa de ex-concorrentes para garantir a excelência e a distribuição do produto. Preços comerciais justos elevaram o padrão de vida local, e um bônus anual por desempenho é investido em projetos de desenvolvimento social. Com o apoio de órgãos do governo, os fazendeiros construíram uma escola técnica de agricultura de nível médio, investiram em equipamento e melhoraram sua alimentação com o desenvolvimento da piscicultura. “Basicamente, a expectativa é de que milhares de outros empresários resolvam utilizar seus talentos e habilidades para negócios no compartilhar das boas novas do Evangelho através de suas atividades comerciais”, declara Russ.
Fazedores de tendas Surgida em 2001, a Associação Brasileira de Fazedores de Tendas (AFTB) é uma entidade que congrega profissionais de diversas áreas em torno de um objetivo: fazer de sua atividade um vetor para a propagação do Evangelho de Cristo. Inspirados no exemplo do apóstolo Paulo – que, segundo o livro bíblico de Atos dos Apóstolos, exercia o ofício de fazedor de tendas como meio de sustento e aceitação social para poder pregar o cristianismo –, professores, engenheiros, advogados, médicos e agrônomos, entre pessoas de outros perfis profissionais, usam sua capacitação para viabilizar o trabalho missionário em nações ou regiões onde o evangelismo tradicional é restrito e até proibido. Segundo a Interserve, agência que envolve cerca de 750 profissionais missionários espalhados pela chamada Janela 10/40, região onde estão a maioria dos povos não-alcançados pelo Evangelho no mundo, “fazedores de tendas são discípulos de Jesus Cristo que, chamados por Deus e comissionados pela Igreja, usam seus dons, talentos e habilidades profissionais para servir ao Senhor em um contexto transcultural”.A idéia básica é obter autorização legal para trabalhar em determinado país e, assim, poder testemunhar acerca de Cristo. Por isso mesmo, quem se envolve neste tipo de ministério é também conhecido como missionário bivocacionado. “O envio de profissionais para o campo é uma tendência das missões modernas”, afirma David Botelho, dirigente da Missão Horizontes na América Latina. “Lá, eles atuam em suas áreas de atividade secular e, paralelamente, anunciam o Evangelho de acordo com as oportunidades que ajudam a criar.” Ligada à Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB), a ABFT atua em parceria com outras organizações, como o Centro Evangélico de Missões (CEM), na capacitação missionária de profissionais. (C.F.)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Unidade no Espírito

Estou lendo “Rio de Glória”, da missionária (já falecida) Ruth Ward Heflin e as experiências extraordinárias que ela teve com diferentes congregações, denominações e “religiões” me chamou atenção.
E liguei com o que o Senhor tem feito na minha vida para que eu perceba justamente isso. Aliás, o fato de eu estar lendo esse livro já o demonstra.
Me lembrei das pessoas que conheci em Israel, de tantas nações que cheguei a perder a conta. Todas buscando o mesmo: conhecer mais de Deus, de Jesus, ter uma experiência pessoal com o Pai. Pessoas de vinte e sete países reunidas ao redor de uma fogueira no meio do deserto para louvar ao Senhor. “Batei palmas, todos os povos; celebrai a Deus com vozes de júbilo. Pois o Senhor Altíssimo é tremendo, é o grande rei de toda a terra. (...) Os príncipes dos povos se reúnem, o povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escudos da terra; ele se exaltou gloriosamente” (Salmo 47).
Hoje tenho tantas pessoas de distintas denominações sendo importantes na minha vida, fazendo diferença na minha vida.
"A unidade da fé
Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de
modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos
diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente
um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa
vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o
qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos". Efésios 4, 1-6.

“Quando, pois, alguém diz: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é
evidente que andais segundo os homens? Quem é Apolo? E quem é Paulo?
Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada
um. Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus.
De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o
crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o
seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de Deus somos
cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós.” (1 Coríntios 3, 4-9)

No livro do profeta Joel já dizia o Senhor: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias.” Capítulo 2, 28-29. E confirmou em Atos dos Apóstolos, 2, 17-18.
A promessa é de que o Espírito do Senhor será derramado sobre toda a carne. E uma vez que o Senhor não é homem para mentir, toda a carne é toda a carne. Sem distinções.Para que se cumpra o que diz o Apocalipse: para que os vinte e quatro anciãos possam entoar o novo cântico: “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.” (Apocalipse 5, 9-10)

domingo, 7 de setembro de 2008

Retrato de Jesus

Amados, reproduzo abaixo a coluna do jornalista Paulo Sant'Ana publicada no jornal Zero Hora de sábado, 06/09/2008, disponível na internet no blog do próprio no http://www.clicrbs.com.br/ .
Obrigada, Magno, pela indicação.


"Retrato de Jesus

Pela segunda vez, republico hoje, a pedido de inúmeros leitores que me têm solicitado isto há vários meses, uma coluna que publiquei aqui em 1997 e a repeti em 2001. Mas é um texto de uma beleza tão fulgurante, que precisa ser sempre lembrado. Sempre que o leio, me emociono. E muitos leitores já me escreveram dizendo que sentem o mesmo. Trata-se de um relato fiel do aspecto de Jesus, feito por um alto funcionário da Judéia (presidente) dirigido ao imperador Tibério César, claro que um testemunho dos passos de Jesus ao redor de Jerusalém, texto elaborado, é claro, antes da morte de Cristo e durante sua vida, com todas as repercussões populares que a vida do Nazareno causava naquele tempo por aqueles caminhos e lugares sagrados. É o mais fiel perfil de Jesus que se conhece, superior até ao que emana dos textos bíblicos, evocado pelo autor em razão de inúmeros comícios realizados por Jesus nos lugares santos. Ei-lo em carta ao imperador romano:
* * *
“Sabendo que desejais conhecer quanto vou narrar-vos, escrevo-vos esta carta. Nestes tempos apareceu na Judéia um homem de virtudes singulares, que se chama Jesus e que pelo povo é chamado de O Grande Profeta. Seus discípulos dizem ser ele o Filho de Deus.Em verdade, ó César, a cada dia, dele se contam raros prodígios: ressuscita os mortos, cura todas as enfermidades e tem assombrado Jerusalém com sua extraordinária doutrina. É de estatura elevada e nobre, e há tanta majestade em seu rosto, que aqueles que o vêem são levados a amá-lo ou a temê-lo. Tem os cabelos cor de amêndoa madura, separados ao meio, os quais descem ondulados sobre os ombros, ao estilo dos nazarenos. Tem fronte larga e aspecto sereno. Sua pele é límpida e corada: o nariz e a boca são de admirável simetria. A barba é espessa e tem a mesma cor dos cabelos. Suas mãos são finas e longas e seus braços de uma graça harmoniosa. Seus olhos são plácidos e brilhantes, e o que surpreende é que resplendem no seu rosto como raios do sol, de modo que ninguém pode olhar fixo o seu semblante, pois, quando refulge, faz temer e, quando ameniza, faz chorar”.
* * *
Prossegue o relato estupendo: “É alegre e grave ao mesmo tempo. É sóbrio e comedido em seus discursos. Condenando e repreendendo, é terrível; instruindo e exortando, sua palavra é doce e acariciadora. Ninguém o tem visto rir. Muitos, porém, o têm visto chorar. Anda com os pés descalços e com a cabeça descoberta. Há quem o despreze vendo-o a distância, mas estando em sua presença não há quem não estremeça com profundo respeito. Dizem que este Jesus nunca fez mal a ninguém, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm andado afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde. Afirma-se que um homem como esse nunca foi visto por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, nunca se viram tão sábios conselhos e tão belas doutrinas. Há todavia os que o acusam de ser contra a lei de Vossa Majestade, porquanto afirma que reis e escravos são iguais perante Deus. Vale, da Majestade Vossa, fidelíssimo e obrigadíssimo. (ass.) Públio Lêntulo, presidente da Judéia”.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Leituras de julho

Compartilho com os irmãos minhas leituras pós-retorno de Israel:

O primeiro livro se trata de um estudo aprofundado do Apocalipse, com apresentação em textos e gráficos, para melhor compreensão. O Final dos Tempos, Glorioso Retorno, de Tim Lahaye (co-autor da série Deixados para Trás), da Abba Press, disponível em http://www.abbapress.com.br/ . Obra para estudo e consultas, desvenda os mistérios do Apocalipse.

A segunda obra é o lançamento do Pr. Isaías Figueiró, O Evangelho é o Poder de Deus, disponível na Livraria Mensagem, na sede da Encontros de Fé em Porto Alegre (Av. Presidente Franklin Roosevelt, 313, Bairro Navegantes). Através de testemunhos reais preciosos o Pastor demonstra porque o Evangelho é o poder de Deus.

Por fim, O Código da Bíblia, de Michael Drosnin, Ed. Cultrix, suscita que haveria um código oculto na primeira versão da Bíblia em hebraico, o que criaria um texto, também oculto, que teria registrado todos os principais acontecimentos históricos da Humanidade.

Que o Senhor abençoe.

domingo, 29 de junho de 2008

Diário de Israel


Irmãos, compartilho os acontecimentos da viagem que fiz a Israel nesse mês de junho de 2008, as experiências com o Senhor e com os companheiros de jornada.
Orei ao Senhor para que cada palavra a partir daqui seja para enriquecer a vida dos irmãos, como testemunho, e, principalmente, para glorificar o nome de Deus.
Vamos lá...

PREPARATIVOS:

Como todo cristão, nutria o desejo de conhecer a terra em que nosso Senhor e Salvador pisou enquanto esteve vivendo nesse planeta. Entretanto, essa vontade se intensificou muito no último ano, após a leitura de alguns relatos de irmãos que lá estiveram.

Então orei ao Senhor, pedindo a Ele que se fosse da Sua vontade, que se isso fosse agradá-lo, que me permitisse realizar esse desejo, que criasse as condições para tanto.

Disse o Senhor: “Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa” (João 16:24). E foi exatamente isso o que ocorreu. Pedi e recebi, e a minha alegria realmente foi completa. “Agrada-te do Senhor e ele satisfará os desejos do teu coração” (Salmo 37: 4).

E as condições realmente foram criadas pelo Senhor. Eu queria viajar com um grupo cristão e num sábado pela manhã eu e minha irmã ligamos a televisão no programa do Pastor Isaías, da Igreja Encontros de Fé, exatamente no momento em que estava sendo anunciada a viagem a Israel, e eu havia recebido na sexta-feira uma provisão financeira inesperada que tornaria possível realizar o projeto.

A mão do Senhor esteve em tudo desde o primeiro momento, porque entreguei tudo a Ele.

VÉSPERAS:

O Senhor aproveitou esse projeto para me tratar de algumas coisas. No meu discipulado aprendi dos irmãos Bete e Caminha sobre a trindade maligna: orgulho-vaidade-soberba. Os sentimentos que o diabo usa para nos fazer cair. E eu caí no pecado da vaidade: inventei de fazer uma sessão de escleroterapia para secar uns vasinhos nas pernas na semana da viagem. O resultado: quase tive uma trombose.

Já fiz esse procedimento algumas vezes, sem nunca ter havido qualquer problema. Somente nessa oportunidade. E outros irmãos que foram na viagem compartilharam dos problemas que cada um teve exatamente na semana que antecedeu a partida. O diabo tentou de tudo para que não fôssemos. Mas o Senhor foi fiel com cada um que escolheu.

De minha parte, as experiências com o Senhor começaram aí. Com a reflexão a respeito de como o diabo astutamente se infiltra em nossa vida e usa uma brecha que nós mesmos inadvertidamente damos a ele para nos fazer cair. Por isso, bem disse o Senhor: “vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41).

Porém, a misericórdia de Deus é o que nos redime. No Aeroporto Salgado Filho o Pr. Nazareno, um dos nossos companheiros de viagem, que tem os dons da fé e da cura, orou por mim e fiquei curada. E as maravilhas do Senhor começaram aí.

VIAGEM:

Tivemos alguns contratempos em Porto Alegre. Viajamos justamente no dia do caos no aeroporto, por conta da ausência de um equipamento, o que teria feito a Infraero cancelar os vôos. E mais uma vez a mão do Senhor se mostrou presente sobre nós: fomos uns dos primeiros a embarcar, quando já havíamos desistido e íamos a São Paulo de ônibus.

É claro que ninguém gosta de ficar esperando a esmo, de perder os vôos de conexão, acarretando atraso ao destino final e a perda de um dia de viagem. Porém, em tudo há os desígnios do Senhor. “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2). E o Senhor usou esse tempo para que nós nos conhecêssemos melhor, para que aprendêssemos a cuidar uns dos outros e a confiar em Sua vontade e em Seu amor. Ele nos ensinou a sermos perseverantes e pacientes. “... mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Romanos 5: 2-4). “Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação; na oração, perseverantes” (Romanos 12:12).

FINALMENTE, ISRAEL:

Depois do nosso deserto, chegamos à Terra Prometida. Israel é lindo, é totalmente diferente. A primeira visão de Jerusalém, com suas casas de uma arquitetura tão diferente, todas de cor bege, em diferentes nuances, é indizível. Um território misto de arenoso e pedregoso, com arbustos esparsos. Seguem algumas fotos, já que uma imagem vale por mil palavras.




Os israelenses com que conversei nas ruas, lojas e pontos turísticos foram muito educados e atenciosos. Mais ainda ao saber que éramos brasileiros.

Vida normal. O único fato digno de nota foi à entrada de um centro comercial em Jerusalém, que fica ao lado de um terminal rodoviário. Devido à concentração de pessoas tivemos de passar nossas bolsas e pertences em um aparelho de raio-x e nós passamos por um detector de metais. Apenas isso.

A comida é bastante diferente em seu tempero, mas sinto uma saudade imensa. Tudo bastante picante. Muitas frutas do lugar (tâmaras, damasco), queijos, peixe. É impossível tomar café com leite quente, porque leite só gelado.

Como é verão lá nessa época, o calor foi intenso, chegando aos 40º C. Todavia, é um calor bastante seco, o que o torna bem mais suportável.

JERUSALÉM:

O primeiro lugar que visitamos foi o Monte das Oliveiras. Embora nossa permanência tenha sido relativamente rápida, o pensamento que se repetia interminavelmente era sempre o mesmo: Jesus, meu Senhor e Salvador, também pisou nesse lugar um dia. Ele contemplou essa mesma vista da Cidade Antiga de Jerusalém. Ele orou ao Pai aqui. Ele se recolhia nesse lugar.



Tudo se dá num torvelinho, porque estava prestando atenção no Pr. Christian e no nosso guia, e queria me concentrar no Senhor, e não podia deixar de fazer fotos e o tempo acabou.

A emoção foi maior no próximo local: o Getsêmani. Pensar que aquelas oliveiras (as quais, estima-se, tenham cerca de dois mil anos) provavelmente foram testemunhas da agonia do Senhor é demais para qualquer um. Ali me desliguei das vozes do pastor e do guia e me concentrei no Senhor. Esse é um lugar imperdível.




Outro ponto em que é difícil manter a compostura é a prisão em que ficou o Senhor, sabendo que Ele foi jogado por uma das aberturas na sua parte superior e naquele cubículo permaneceu sofrendo durante a noite.



O Jardim da Tumba é um local lindo. Está fora dos muros da Cidade Antiga. Em uma das pontas está o Gólgota, a pedra em forma de caveira sobre a qual ocorreu a crucificação. Como contraponto, o jardim é cheio de vida, de um verde luxuriante, flores exuberantes. E o sepulcro do Senhor. Me recolhi no cantinho mais afastado daquele cubículo e aproveitei o tempo em que o grupo foi se revezando para fotos para ficar sentindo o lugar. Realmente, “Ele não está aqui, porque Ele ressuscitou”, como diz a placa da porta. Não há morte naquele lugar.





No Jardim da Tumba fizemos nossa ceia, porque é repleto de recantos destinados especialmente para isso, creio. Foi muito tocante e próximo do Espírito Santo esse momento.

Em Jerusalém estivemos ainda na Cidade de Davi, recentemente descoberta, que ainda está sob escavações exploratórias, onde observamos a casa de Bate-Seba, tal e qual Davi. No Tanque de Siloé, onde o Senhor mandou o cego se lavar. No túmulo do Rei Davi e no Cenáculo. Na Cidade Antiga e no Muro das Lamentações. E no Museu do Holocausto.











Nas proximidades da cidade estivemos em Bet Jamal, igreja e convento católico, para vermos como o Senhor Jesus está sendo levado para judeus, muçulmanos e membros de outras religiões pelas irmãs que tocam aquele local.

No retorno passamos pelo vale em que Davi enfrentou Golias.







No último dia em Jerusalém estivemos em Ein Kerem, na fonte em que Maria se avistou com Isabel quando ambas estavam grávidas.

Jerusalém foi emocionante, impactante, cheio de vida e História. Mas o Senhor estava preparando ainda muito no porvir...

MAR MORTO E DESERTO:

O Mar Morto é surpreendente. Lindo, de um azul turquesa. Descortina-se já da rodovia, recortado pelos montes arenosos.







A praia é de pedregulhos. Várias pessoas fazem terapia com a famosa lama do Mar Morto. A água é tépida e tomamos cuidado para não deixá-la entrar em contato com os olhos ou cabelos, pelo altíssimo teor de sal.

E no Mar Morto realmente não se afunda. Nem que se queira. Até se manter sentado é difícil.

Porém, nada me preparou para o deserto, que foi uma experiência única e inesquecível.

Chegamos ao acampamento beduíno, Kfar Nokdim, ao cair da tarde. Andamos de camelo. Participamos de uma palestra que nos apresentou à vida beduína, suas origens e costumes. O povo do deserto, que se deslocava por ele em busca de água e aprendeu a obtê-la daquele terreno inóspito. Que tem como regra acolher todo aquele que bate às suas portas, que se não for recolhido morrerá no deserto. Que sinaliza aos hóspedes que são bem-vindos se receberem três rodadas do café com borra, e de que devem partir logo se receberem apenas uma.

O que mais me chamou a atenção foi a alvura da veste do nosso anfitrião, impecável, onde era bastante difícil manter as roupas e sapatos limpos.

Após jantarmos alguns membros do nosso grupo se reuniram para louvar ao Senhor e esse foi um momento de unidade com o Espírito. Vinham pessoas de outras nações para nos ouvir cantar e para participar. Alguns irmãos contaram que era possível nos ouvir do outro lado do acampamento, bastante distante dali.

E fomos ao culto à beira da fogueira. Vinte e sete nações reunidas, mais de seiscentas pessoas, adorando e louvando ao Senhor à luz das estrelas e da lua. Precisa explicar mais? Foi muito intenso, lindo e emocionante.





Quando voltei à tenda e fui à Palavra antes de dormir abri no Livro de Salmos e meus olhos imediatamente foram chamados ao 47, “Deus, o rei da terra”. E meu coração foi impactado quando comecei a ler: “Batei palmas, todos os povos; celebrai a Deus com vozes de júbilo. Pois o Senhor Altíssimo é tremendo, é o grande rei de toda a terra. Ele nos submeteu os povos e pôs sob os nossos pés as nações. Escolheu-nos a nossa herança, a glória de Jacó, a quem ele ama. Subiu Deus por entre aclamações, o Senhor, ao som de trombeta. Salmodiai a Deus, cantai louvores; salmodiai ao nosso Rei, cantai louvores. Deus é o Rei de toda a terra; salmodiai com harmonioso cântico. Deus reina sobre as nações; Deus se assenta no seu santo trono. Os príncipes dos povos se reúnem, o povo de Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escudos da terra; ele se exaltou gloriosamente”.

Não conciliei o sono naquela noite. Dormi intermitente e às duas da manhã era como se o Senhor me chamasse lá fora. Tomei minha Bíblia e meu MP4 e saí. A noite estava gloriosa, cheia de estrelas no céu, a lua que brilhava. A quietude, uma brisa leve. E eu ouvindo louvores ao Senhor nesse cenário. Agradeci-Lhe por aquele momento. Abri a Palavra, novamente no Livro de Salmos. Salmo 8: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade. (...) Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres E o filho do homem, que o visites?”. Salmo 9: “Louvar-te-ei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. Alegrar-me-ei e exultarei em ti; ao teu nome, ó Altíssimo, eu cantarei louvores.” Coincidência? Aquele que serve ao Senhor sabe que só existem Jesuscidências.

E ali o Senhor falou comigo. Me lembrou sobre uma promessa que havia sido feita sobre a minha vida há dois anos, na Convenção Estadual da Adhonep (Associação dos Homens de Negócio do Evangelho Pleno). Essa promessa era de que se me mantivesse firme na fé Ele me levaria para lugares onde jamais sonhei, que ouviria povos de línguas que nem imaginava que existisse. E lá estava eu num acampamento beduíno, no meio de um deserto de Israel. Eu nem sei contar sobre todas as pessoas com as quais conversei nessa viagem. Da Ucrânia, Chile, Tailândia, Portugal, Polônia, França, Madagascar, México, África, Ilhas Fidji, Rússia, Armênia, Suíça, Suécia, Itália, Estados Unidos. E houve, sim, pessoas cujas línguas não identifiquei.

E o Senhor me disse que isso não era nada. Que muito ainda há por vir. E uma frase ficou gravada a fogo no meu coração: “Não temas, crê somente”. Como o Senhor conhece o nosso íntimo! Ele sabe dos temores que tive nesse ano por conta de uma escolha que fiz em prol do Evangelho. Temores sobre o futuro, que me trouxeram muita inquietação. E meu coração se aquietou a partir daí.

Ainda não satisfeita, via várias pessoas passando pela tenda em direção ao deserto propriamente dito. E tomei coragem de me afastar quando vi um casal de amados do nosso grupo, a Sandra e o Magno, rumarem para lá. Fui sozinha e me sentei sobre um dos troncos que os beduínos dispuseram lá para que as pessoas contemplem o deserto.

Ali me derramei ao Senhor. Chorei muito, copiosamente. Porque naquela imensidão, observando as formas do deserto naquela claridade tênue, a negritude do céu pontilhado de estrelas brilhantes, ouvindo o louvor “Diante do Trono”, do Diante do Trono, senti o peso da majestade do Senhor. Estava nos braços do Pai e foi tão forte que fechei os olhos, em temor ao Senhor.

Essa noite eu jamais esquecerei. Às vezes estou aqui e me transporto para lá. Hoje os versos “transforma o meu deserto em um jardim secreto, lugar de intimidade contigo”, do louvor “Tua Presença”, também do Diante do Trono, ganharam um significado especial para mim.

GALILÉIA:

Passamos por Sansana, um assentamento que visa povoar o Deserto do Negev, e pela próspera cidade mediterrânea de Ashdod em nosso trilhar para a Galiléia. Podemos dizer que assim cruzamos todo o país. Aliás, o Mediterrâneo é inexplicavelmente lindo e de águas quentes. Maravilhamento.




Na Galiléia estivemos no Monte das Bem-Aventuranças; em Tabgha (onde houve a multiplicação de pães e peixes); em Cafarnaum, onde está relativamente preservada a sinagoga e a casa de Pedro; em Mensa Christi, onde o Senhor perguntou a Pedro se este o amava.



Fizemos também um passeio de barco pelo Mar da Galiléia, em uma réplica dos barcos de pescaria usados no tempo de Jesus. Esse foi outro momento impactante, porque paramos no meio do mar e tivemos uma ministração. Que veio ao encontro do meu coração, quando me lembrei mais uma vez da decisão que tomei, e do texto que li naquele momento, justamente sobre quando o Senhor disse a Pedro para jogar as redes em determinado local e voltaram elas abarrotadas de peixes, e que devemos tomar a direção que o Senhor nos indica e o resultado será esse, profícuo. E entendi que tomei a decisão certa. E me quebrantei e chorei, chorei, chorei.



Outro ponto alto foi o Batismo no Rio Jordão, quando quatro irmãos nossos desceram às águas. E outro batismo de uma irmã no Mar da Galiléia. Não importa a quantos batismos eu assista, sempre é um momento de grande emoção. Fico me lembrando do meu batismo e de como a minha vida mudou desde que aceitei a Jesus, e orando para que isso aconteça também com essa pessoa que está declarando ao mundo sua fé em nosso Senhor naquele momento.

RETORNO:

Os dias que passamos em Israel foram poucos, mas intensos. Deixaram muita saudade. Foram dias de liberdade no Espírito, de corpo, mente, alma e espírito dedicados ao Senhor, de reflexão, dia e noite, na Palavra de Deus. De intimidade com Deus.

Entendi a importância de se orar por Israel, povo escolhido pelo Senhor, e por Jerusalém, a cidade na qual o Senhor retornará.

Quando era adolescente subia na laje do terceiro andar da minha casa, em construção, e fitava o horizonte, ansiando saber o que havia para além daquela linha que a minha vista conseguia alcançar. Hoje eu sei o que há. A minha alma anseia em voltar.

O Senhor me deleitou e me tratou nesses dias. Estou orando a Ele, nesse momento, de que se for esse o desejo do seu coração, que você também vá a Israel, no tempo do Senhor. E que eu volte, se essa for a vontade Dele.

Shalom.

terça-feira, 22 de abril de 2008

IBN Caxias e Congresso AME

Tivemos o privilégio de participar, nesse sábado, das comemorações pelo 13.º aniversário da Igreja Batista Nacional de Caxias do Sul, sob o comando do Pr. Cícero Mendes.

O aniversário da Igreja também ensejou a realização do Congresso AME - Ame Missões e Evangelismo, realizado em oficinas com pequenos grupos. Foram preletores os Prs. João Batista dos Santos Leite, fundador da Igreja de Caxias e hoje Presidente da Igreja Batista Nacional Ágape, de Bento Gonçalves; Luiz Carlos de Vargas Lima (Mano Lima), da Igreja Batista Nacional de Carlos Barbosa; Pr. Saulo, da IBN Caxias; e Pr. Marcos, professor do Seminário da Servos de Cristo/Caxias do Sul. O tema versou sobre o chamado que o Senhor tem para cada um de nós.

Restou mencionado por duas vezes nosso papel como atalaias do Senhor, justamente o tema da última postagem.

O louvor ficou a cargo dos Provocadores da Presença, da IBN Ágape de Bento Gonçalves, que lançou recentemente seu CD Olha pra Nuvem. Mais informações em http://www.ibnagape.com.br ou http://prodap.blogspot.com .

Nossas congratulações à IBN Caxias e nosso agradecimento pela oportunidade de participar de um evento em que o Senhor falou fortemente ao coração dos presentes.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Atalaias do Senhor

A Palavra nos diz "assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca" (Ap 3:16).

Irmãos, o sinal das dores já se prenuncia. O Senhor anunciou pela boca de Ezequiel que "se o atalaia vir que vem a espada e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo; se a espada vier e abater uma vida dentre eles, este foi abatido na sua iniqüidade, mas o seu sangue demandarei do atalaia" (Ez 33:6).

"A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois ouvirás a palavra da minha boca e lhe darás aviso da minha parte" (Ez 33:8). Uma grande responsabilidade pende sobre nós, "chamados, amados em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo" (Jd 1:1): somos atalaias do Senhor. Ao mesmo tempo, nada nos dá mais alegria do que falar do Senhor, ir e pregar o Evangelho até os confins da terra, a salvação e a vida eterna. "grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres" (Sl 126:3).

"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva" (Ez 33:11).

É certo que no mais das vezes enfrentamos situações difíceis para cumprir com o Ide. Há sempre um colega, um parente, um amigo, um chefe, sempre há alguém descrente e intolerante ao Evangelho; mas não esmoreçamos. Quando penso que terei de enfrentar alguém assim me lembro das palavras do Senhor: "qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem" (Lc 9:26). "É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma" (Lc 21:19).

Sê sal, sê luz, sê bênção, meu irmão, minha irmã. Cumpra com a missão para que foste criado: louvar e adorar ao Senhor. Confia Nele, espera por Ele, entrega os teus caminhos a Ele, e o mais Ele fará. Buscai o Reino em primeiro lugar e todas as demais coisas te serão acrescentadas.
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Indicação de livro: Pr. Luciano Subirá, O Devocional Diário, que nos lembra a importância de mantermos o nosso devocional diário com o Senhor, para nos firmarmos Nele e para que Ele flua por nós.